Encontros Imprevistos: A revelação

Como são incríveis os encontros imprevistos no campo da educação, não é mesmo?

Em posts anteriores, prometemos que íamos contar o que as crianças estavam fazendo na UEL...

Aqui estamos. Chega de suspense!

As crianças estavam acompanhadas pela professora Gleisse Martins e são de uma Escola Municipal de Londrina.

Nosso blog, é voltado para temas sobre a Educação Infantil, porém, os encontros incríveis nos fizeram compartilhar com vocês essa experiência. Em uma caminhada na praça do CECA (Centro de Educação, Comunicação e Artes- UEL), encontramos um grupo de crianças animadas e o encontro começa neste contexto.

Achamos muito interessante e conversamos com as crianças e a professora Gleisse Martins, que nos enviou mais detalhes contando a intencionalidade e o porquê e para que vieram até a UEL:

Se deliciem com essa leitura...

"As crianças são alunos do 5 ano F da Escola Municipal América Sabino Coimbra, aqui em Londrina, este ano, como parte do Projeto Folha Cidadania a escola vem recebendo o jornal Folha de Londrina periodicamente e lendo desde março. Durante as leituras – sempre regadas com muito diálogo e trocas de ideias – as crianças começaram a entender o suporte jornal impresso, conhecendo a divisão do jornal em editorias e identificando e diferenciando as partes destinadas à informação com imparcialidade e as partes destinadas à informação com opinião.

Nas leituras foram identificadas, semanalmente, tanto algumas conquistas para a nossa cidade quanto alguns problemas que ela enfrenta. Esse processo todo, possibilitou o levantamento de várias perguntas: com tudo isso que acontece, afinal, quem é cuida da cidade? Como cuida? Quem cuida precisa fazer o quê para poder cuidar? O prefeito cuida sozinho da cidade? Existe mais alguém além do prefeito para cuidar da cidade?

Surge então a necessidade de investigar e descobrir como uma cidade se organiza, se ela tem regras e quem participa das decisões sobre seus problemas. Assim como acontece com uma escola em que há uma gestão composta por direção e coordenação, equipes de merenda e limpeza, professores e pais organizados junto à APM e Conselho Escolar, uma cidade também tem uma organização definida por uma gestão (executivo) e comunidade (legislativo), escolhidas por meio do voto.

Diante dos desafios, nossas dúvidas deram origem a outra frente de trabalho que a turma abraçou e executou com muita dedicação: o planejamento e a execução do Episódio 2 do Podcast AméricaCast com o tema: “O que faz um representante político?” O convite para o representante político da cidade a ser entrevistado, um vereador, foi mediado pela direção da unidade escolar.

A partir de uma roda de conversa, a turma levantou algumas dúvidas sobre o que faz um representante político. As dúvidas foram transformadas em perguntas, que foram estruturadas segundo as regras de ortografia e gramática para compor um roteiro. O roteiro se tornou objeto de leitura cuidadosa pelos alunos e alunas da turma. Foram escolhidos três representantes para executar a atividade prática de entrevista no estúdio da rádio UEL FM com o vereador. E foram várias as questões que precisamos lidar para a realização desta atividade prática: primeiro, a ansiedade e nervosismo dos alunos para entrevistar alguém que ocupa um espaço na política institucional da cidade, as crianças precisaram realizar várias vezes a leitura do roteiro pra se sentirem seguras para a entrevista, foi necessário reiterar exaustivamente para as crianças a importância de cada uma delas e que elas são capazes de realizar muito mais coisas para além desta atividade e que, pensando em níveis de “importância”, naquele momento elas é que eram as pessoas mais importantes ali porquê do planejamento do trabalho até a execução havia a presença das suas mãos.

Como toda atividade prática, o início da entrevista contou um uma pitada de tensão que logo cedeu espaço para a segurança no ler e interagir com o entrevistado. Os entrevistadores seguiram cuidadosamente o roteiro, respeitando o turno da fala do entrevistado, sem interrupções ou comentários que causassem ruídos nas respostas, compreenderam a dinâmica da atividade em relação ao timming entre as perguntas e respostas e ousaram, ao final, convidar o vereador num tom amistoso de conversa entre amigos para a festa junina da escola.