Nordeste criança: Olhares das infâncias



    O Brasil é um país que reconhece – em sua legislação interna e em diversos compromissos firmados em âmbito internacional – a urgência de se proteger a infância e a adolescência tendo como perspectiva o caráter peculiar dessas fases de desenvolvimento humano. O art. 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é categórico ao afirmar que “é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”. 

    Mas será que a garantia desses direitos tem sido preservada durante a pandemia da Covid-19? Como as crianças têm percebido esse momento de crise sanitária e de que forma isso tem impactado suas rotinas e suas vidas?

    O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e a Frente Nordeste Criança (por meio do Círculo Temático Violência e Direitos Humanos – Subgrupo 8 – Políticas Públicas) fizeram esses questionamentos a 40 crianças que vivem nos mais diversos contextos do nordeste brasileiro – aldeia, assentamento, campo, cidade, favela, quilombo, litoral e sertão. O pedido era que retratassem, por meio de desenhos, quais eram as suas visões a partir de suas janelas, portas e quintais.
    O resultado desse esforço integra o catálogo “Nordeste Criança: Olhares das Infâncias”, lançado no dia 31 de maio por meio de uma live transmitida pelas redes sociais do CFP.
    A publicação expressa a espontaneidade dos sentimentos que transbordam dessas crianças, imersas há mais de um ano em uma das piores pandemias da história recente. Medos, angústias, saudades e esperanças moldam os traços e as cores de suas percepções, delicadamente sistematizadas em um catálogo que pretende ilustrar o protagonismo e dar visibilidade às plurais infâncias nordestinas, bem como possibilitar uma ampla reflexão sobre as vulnerabilidades e modos de agir de muitos adultos frente à pandemia. 
    Além disso, o catálogo  aborda as interfaces entre Psicologia, desenvolvimento e arte por meio de artigos produzidos pelas psicólogas Symone Melo (UFRN), Priscila Marques (UFRJ) e Marina Pinheiro (UFPE) – que estarão presentes no lançamento e farão uma abordagem teórica sobre essas questões. Participarão da atividade, ainda, Izabel Hazin e Ana Maria Mello, representando o CFP e a Frente Nordeste Criança, respectivamente. A mediação será conduzida pela presidente do Conselho Federal de Psicologia, Ana Sandra Fernandes.
    Para as(os) profissionais da Psicologia, a publicação representa um importante instrumento de orientação ao exercício profissional da categoria na medida em que reafirma a necessidade de defesa intransigente dos direitos de todas as infâncias.

    O desejo com este catálogo é contar a você leitor/a alguns traços desse processo.

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Reviewed by Blog Baguncei on junho 09, 2021 Rating: 5
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